Portaria Conjunta PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL E A RECEITA FEDERAL DO
BRASIL - PGFN/RFB nº 6 de 17.12.2007
D.O.U.: 20.12.2007
Dispõe sobre o parcelamento de débitos das pessoas
jurídicas de direito privado mantenedoras de instituições de ensino superior.
O PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL e o SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO
BRASIL, no uso de suas atribuições e considerando o disposto na Lei nº 10.260,
de 12 de julho de 2001, alterada pela Lei nº 11.552, de 19 de novembro de 2007,
resolvem:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Os débitos, perante a Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional (PGFN) ou a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), de
responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado mantenedoras de
instituições de ensino superior, relativos aos tributos administrados pela RFB,
com vencimento até 31 de dezembro de 2006, constituídos ou não, inscritos ou não
em dívida ativa, ajuizados ou a ajuizar, exigíveis ou com exigibilidade
suspensa, bem como multas, juros e demais encargos legais incidentes, poderão
ser parcelados em até cento e vinte parcelas mensais e sucessivas, por opção da
entidade mantenedora, observando-se o disposto nesta Portaria.
§ 1º As entidades mantenedoras somente poderão se beneficiar do parcelamento de
que trata o caput se todas as instituições mantidas tiverem aderido ao Programa
Universidade para Todos (Prouni), instituído pela Lei nº 11.096, de 13 de
janeiro de 2005.
§ 2º A comprovação da adesão das instituições mantidas ao Prouni, exigência
prevista no § 1º, será feita mediante consulta ao Sistema Integrado de
Informações da Educação Superior (SIEDSUP), do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (INEP) do Ministério da Educação (MEC) até o dia 30 de
abril de 2008.
CAPÍTULO II
DOS DÉBITOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA, OBJETO DE OUTRAS AÇÕES JUDICIAIS OU EM
CURSO DE EMBARGOS
Art. 2º Para a inclusão, nos parcelamentos de que trata esta Portaria, de
débitos com exigibilidade suspensa nas hipóteses previstas nos incisos III a V
do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário
Nacional (CTN), de débitos objeto de outras ações judiciais ou ainda de débitos
em curso de embargos relativos às contribuições sociais previstas nas alíneas
"a" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991,
ou às contribuições devidas a terceiros, o sujeito passivo deverá desistir
expressamente e de forma irrevogável, total ou parcialmente, até o dia 30 de
abril de 2008, da impugnação, do recurso interposto, dos embargos ou da ação
judicial proposta e, cumulativamente, renunciar a quaisquer alegações de direito
sobre as quais se fundamentam os referidos processos administrativos e ações
judiciais.
§ 1º A desistência de impugnação ou recurso administrativo referida no caput
deverá ser efetuada mediante petição dirigida ao Delegado da Receita Federal do
Brasil de Julgamento ou ao Presidente do Conselho de Contribuintes, conforme o
caso, devidamente protocolada na unidade da RFB com jurisdição sobre o domicílio
tributário do sujeito passivo, mediante apresentação do Termo de Desistência de
Impugnação ou Recurso Administrativo, na forma do Anexo Único.
§ 2º A inclusão de débitos que se encontrem nas hipóteses referidas nos incisos
IV e V do art. 151 do CTN, de débitos objeto de outras ações judiciais ou em
curso de embargos, fica condicionada à comprovação, perante a PGFN ou a RFB, de
que a pessoa jurídica requereu a extinção dos processos com julgamento de
mérito, nos termos do inciso V do art. 269 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de
1973 - Código de Processo Civil (CPC).
§ 3º A comprovação de que trata o § 2º será efetuada mediante apresentação de
segunda via ou cópia autenticada da correspondente petição de desistência,
protocolada no Juízo ou Tribunal onde a ação estiver em curso.
§ 4º A desistência prevista no caput, quando parcial, fica condicionada a que o
débito correspondente possa ser distinguido das demais matérias litigadas.
§ 5º Nas ações em que constar depósito judicial, deverá ser requerida,
juntamente com o pedido de desistência previsto no caput, a conversão do
depósito em renda ou a sua transformação em pagamento definitivo em favor da
União ou do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), concedendo-se o
parcelamento sobre o saldo remanescente.
§ 6º Os depósitos administrativos existentes, vinculados aos débitos a serem
parcelados nos termos desta Portaria, serão automaticamente convertidos em renda
ou transformados em pagamento definitivo em favor da União ou do INSS,
concedendo-se o parcelamento sobre o saldo remanescente
CAPÍTULO III
DO PEDIDO DE PARCELAMENTO
Art. 3º Constituirão processos de parcelamento
distintos:
I - os débitos relativos às contribuições sociais previstas nas alíneas "a" e
"c" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e às
contribuições devidas a terceiros, inscritos ou não como Dívida Ativa;
II - os débitos relativos aos demais tributos administrados pela RFB, inscritos
como Dívida Ativa da União (DAU);
III - os débitos relativos aos demais tributos administrados pela RFB.
Art. 4º Os pedidos de parcelamento deverão ser apresentados até o dia 30 de
abril de 2008, exclusivamente pela Internet, por meio do link "Pedido de
Parcelamento - IES" disponível no sítio da RFB e da PGFN, nos seguintes
endereços eletrônicos, respectivamente: <www.receita.fazenda.gov.br> e <www.pgfn.fazenda.gov.br>;
Art. 5º Os pedidos de parcelamento implicarão confissão irrevogável e
irretratável da totalidade dos débitos abrangidos pelo parcelamento, existentes
em nome da pessoa jurídica na condição de contribuinte ou responsável, e
configurarão confissão extrajudicial nos termos dos arts. 348, 353 e 354 do CPC,
sujeitando a pessoa jurídica à aceitação plena e irretratável de todas as
condições estabelecidas nesta Portaria.
Art. 6º Os pedidos de parcelamento não produzirão efeitos quando o seu
requerente deixar de pagar, até 30 de abril de 2008, a primeira parcela.
Art. 7º Cumpridas as exigências previstas nos artigos 4º e 6º, a opção pelo
parcelamento de que trata esta Portaria implica desistência irrevogável e
irretratável de todos os parcelamentos anteriormente concedidos, inclusive os
integrantes do Programa de Recuperação Fiscal (Refis) e do parcelamento a ele
alternativo, de que trata a Lei nº 9.964, de 10 de abril de 2000, os
compreendidos no âmbito do Parcelamento Especial (Paes), de que trata a Lei nº
10.684, de 30 de maio de 2003, e do Parcelamento Excepcional (Paex),
disciplinado pela Medida Provisória nº 303, de 29 de junho de 2006.
§ 1º As desistências dos parcelamentos anteriormente concedidos, dispensada
qualquer outra formalidade, implicarão:
I - sua imediata rescisão, considerando-se a pessoa jurídica como notificada da
extinção dos referidos parcelamentos;
II - exigibilidade imediata da totalidade dos débitos confessados e ainda não
pagos; e
III - restabelecimento dos acréscimos legais aplicáveis à época da ocorrência
dos respectivos fatos geradores, em relação ao montante não pago.
§ 2º Os débitos ainda não constituídos, com vencimento até 31 de dezembro de
2006, passíveis de serem informados em Declaração de Débitos e Créditos
Tributários Federais (DCTF), ou em Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), deverão ser
confessados de forma irretratável e irrevogável, até 30 de abril de 2008,
mediante apresentação da respectiva declaração.
§ 3º Na hipótese de haver débito já declarado em valor menor que o devido, a
inclusão do valor complementar far-se-á mediante entrega de declaração
retificadora, a ser apresentada no prazo previsto no § 2º
CAPÍTULO IV
DO VALOR DAS PRESTAÇÕES ATÉ A CONSOLIDAÇÃO E DE SEU PAGAMENTO
Art. 8º O valor mínimo de cada prestação não poderá
ser inferior a R$ 200,00 (duzentos reais), considerados isoladamente os
parcelamentos da totalidade dos débitos relacionados:
I - no inciso I do art. 3º;
II - no inciso II do art. 3º; e
III - no inciso III do art. 3º
§ 1º As prestações vencerão no último dia útil de cada mês, devendo a primeira
ser paga no próprio mês da formalização do pedido.
§ 2º O pagamento das prestações deverá ser efetuado sob os seguintes códigos de
receita :
I - 4340, por meio de Guia da Previdência Social (GPS), para os débitos
relacionados no inciso I do art. 3º;
II - 0536, por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf),
para os débitos relacionados no inciso II do art. 3º;
III - 0520, por meio de Darf, para os débitos relacionados no inciso III do art.
3º
§ 3º Até a divulgação das informações sobre a consolidação dos débitos objeto de
pedidos de parcelamento, o devedor fica obrigado a pagar, a cada mês, prestação
em valor não inferior ao estipulado no caput deste artigo.
CAPÍTULO V
DA CONSOLIDAÇÃO
Art. 9º A consolidação dos débitos terá por base o mês em que for formalizado o
pedido de parcelamento e resultará da soma:
I - do principal;
II - da multa de mora ou de ofício;
III - dos juros de mora;
IV - da atualização monetária, quando for o caso;
V - dos honorários advocatícios de que trata § 10 do art. 244 do Decreto nº
3.048, de 6 de maio de 1999, incidentes sobre a dívida ajuizada, em se tratando
de débitos relacionados no inciso I do art. 3º; e
VI - dos encargos previstos no Decreto-Lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969,
com as alterações introduzidas pelos Decretos-Leis nº 1.569, de 8 de agosto de
1977, e nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978, quando se tratar de débitos
relacionados no inciso II do art. 3º
Parágrafo único. A consolidação de que trata o caput será efetuada separadamente
para a totalidade dos débitos relacionados:
I - no inciso I do art. 3º;
II - no inciso II do art. 3º; e
III - no inciso III do art. 3º
CAPÍTULO VI
DO VALOR DAS PRESTAÇÕES APÓS O PROCESSAMENTO DA CONSOLIDAÇÃO E DE SEU PAGAMENTO
Art. 10. A partir do mês seguinte ao da divulgação
da consolidação, o valor das prestações será obtido mediante divisão do montante
do débito consolidado, extraídas as parcelas devidas até essa data, pelo número
de prestações restantes, observada a parcela mínima prevista no art. 8º
§ 1º O valor de cada prestação, inclusive aquele de que trata o caput e o § 1º
do art. 8º, será acrescido de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada
mensalmente, calculados a partir do mês subseqüente ao da consolidação até o mês
anterior ao do pagamento, e de um por cento relativamente ao mês em que o
pagamento estiver sendo efetuado.
§ 2º As prestações poderão ser quitadas com títulos da dívida publica em favor
do Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior (FIES), emitidos pela
União, representados por certificados de emissão do Tesouro Nacional, recebidos
pelas pessoas jurídicas de direito privado mantenedoras de instituições de
ensino superior.
§ 3º O pagamento previsto no § 2º será efetuado exclusivamente na Caixa
Econômica Federal (Caixa), observado o disposto no § 2º do art. 8º
§ 4º Caso o valor dos certificados de que trata o § 2º seja insuficiente para
liquidar integralmente a prestação mensal, a entidade mantenedora deverá
complementar o valor da parcela, mediante Darf ou GPS, em moeda corrente,
observado o disposto no § 2º do art. 8º
CAPÍTULO VII
DA RESCISÃO DOS PARCELAMENTOS
Art. 11. Os parcelamentos de que trata esta
Portaria serão rescindidos nas seguintes hipóteses:
I - falta de pagamento de qualquer prestação, em se tratando do parcelamento dos
débitos previstos no inciso I do artigo 3º;
II - falta de pagamento de duas prestações, em se tratando do parcelamento dos
débitos previstos nos incisos II e III do artigo 3º;
III - descumprimento das obrigações para com o FGTS e demais obrigações
tributárias correntes; e
IV - desvinculação de qualquer instituição mantida do Prouni, descredenciamento
e falta de reconhecimento do curso nos termos do art. 46 da Lei nº 9.394, de 20
de dezembro de 1996.
§ 1º Para fins de rescisão, a Caixa e o MEC apresentarão à PGFN e à RFB,
trimestralmente, relação das entidades mantenedoras que se enquadrarem nas
hipóteses previstas nos incisos III e IV do caput, respectivamente.
§ 2º A rescisão do parcelamento implicará exigibilidade imediata da totalidade
do débito confessado e ainda não quitado e automática execução da garantia
prestada, restabelecendo-se, em relação ao montante não pago, os acréscimos
legais na forma da legislação aplicável à época da ocorrência dos fatos
geradores.
CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 12. Fica vedado às entidades mantenedoras o
parcelamento de quaisquer outros débitos perante a PGFN e a RFB, enquanto não
forem quitados os parcelamentos de que trata esta Portaria.
Art. 13. A concessão dos parcelamentos de que trata esta Portaria independerá de
apresentação de garantias ou de arrolamento de bens, mantidos os gravames
decorrentes de medida cautelar fiscal e as garantias decorrentes de débitos
transferidos de outras modalidades de parcelamento e de execução fiscal.
Art. 14. Aplica-se, subsidiariamente, ao parcelamento dos débitos relacionados:
I - no inciso I do art. 3º, o disposto na Lei nº 8.212, de 1991, e no capítulo
IV do título VIII da Instrução Normativa MPS/SRP nº 3, de 14 de julho de 2005; e
II - no inciso II e III do art. 3º, o disposto na Lei nº 10.522, de 19 de julho
de 2002, e na Portaria Conjunta PGFN/SRF nº 2, de 31 de outubro de 2002.
Art. 15. O disposto no § 2º do art. 13 e no inciso I do art. 14 da Lei nº
10.522, de 2002, e no § 1º do art. 38 da Lei nº 8.212, de 1991, não se aplicam
aos parcelamentos estabelecidos nesta Portaria.
Art. 16. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
LUÍS INÁCIO LUCENA ADAMS
Procurador-Geral da Fazenda Nacional
JORGE ANTÔNIO DEHER RACHID
Secretário da Receita Federal do Brasil
ANEXO ÚNICO
Ao Sr. Delegado da Receita Federal do Brasil de Julgamento/Presidente do ___
Conselho de Contribuintes.
1. Identificação do sujeito passivo
Nome empresarial CNPJ
2. O sujeito passivo acima identificado requer, na pessoa de seu representante
legal, para efeito do disposto no art. 10 da Lei nº 10.260, de 12 de julho de
2001, alterada pela Lei nº 11.522, de 18 de setembro de 2007, a desistência
_____________ (total/parcial) da impugnação ou do recurso interposto constante
do processo administrativo nº_________________________. Declara, ainda, que
renuncia a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundamenta a
referida impugnação ou recurso.
3. Desistência parcial (preencher o quadro somente quando houver desistência
parcial)
A desistência parcial acima mencionada refere-se aos débitos correspondentes aos
seguintes períodos de apuração:
Tributo (sigla/código) ou Débito (DEBCAD)
Período de Apuração
4. Os débitos objeto da desistência de que trata este requerimento serão
incluídos no:
( ) Parcelamento dos débitos relacionados no inciso I do art. 3º da Portaria
Conjunta PGFN/RFB nº 6 de 17 de dezembro de 2007.
( ) Parcelamento dos débitos relacionados no inciso III do art. 3º da Portaria
PGFN/RFB nº 6, de 17 de dezembro de 2007l.
5. Identificação do representante legal da entidade mantenedora perante o CNPJ
Nome completo CPF
Assinatura Data
Modelo aprovado pela PORTARIA Conjunta PGFN/RFB nº 6, de 17/12/2007.
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